SINDICATO do CREDO

O verbo enrolado consumido até ao filtro, em volúpia cospe decibéis com assanho.

Aonde isto nos levará, não sei.




sábado, 3 de abril de 2010

Contributo para uma celebração

Nos 10 anos da morte de Sebastião Alba e no 70º aniversário do seu nascimento, o Sindicato do Credo – colectivo multidisciplinar de performances poéticas – leva por diante uma evocação deste poeta incondicionalmente livre e insubmisso. Por isso mesmo, “Alba Só” não é um recital de poesia convencional, durante o qual ‘diseurs’ emproados e com punhos de renda debitam mecanicamente textos literários, com a mesma emoção com que se estivessem a ler a lista telefónica.
Tratando-se de um tributo a um autor que rejeitou, de modo radical, as convenções pelas quais se rege a sociedade, este contributo para uma celebração procura, antes de mais, reflectir a sua visão do Mundo, assente numa individualidade extrema e numa intensa comunhão com a Natureza.
Ao longo do espectáculo, não faltam múltiplas referências às suas circunstâncias de vida, nomeadamente à sua singular e destemida opção pela errância. Destes fragmentos distintos, resultará uma imagem mais nítida de Sebastião Alba.
A componente sonora é estruturante nesta performance. A música clássica que tanto prezava não deixará de estar presente, mas, porque a própria mundividência do autor a isso obriga, haverá referências a outros géneros, graças à participação de um contrabaixista e de um disc-jockey.
Acrescente-se a isto tudo a projecção em simultâneo de um conjunto de imagens directamente inspiradas no imaginário do autor – desde elementos típicos de “road movie” a fragmentos desconexos dos seus livros – e ter-se-á uma imagem mais aproximada do forte impacto visual que rodeia “Alba Só”.

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